Não sei se você é mãe ou já acompanhou alguma mulher prestes a dar luz.
Acredito que pela televisão, todo mundo viu, não é?
Acompanhando a saga, vemos que parece ser um pouco doloroso as horas que antecedem o parto. Contrações seguidas uma das outras até finalmente nascer um pequeno ser humano.
Será que podemos comparar com a confecção de um laudo de avaliação neuropsicológica?
São horas e horas despendidas até que finalmente o laudo tome forma de um documento.
Longe de mim dizer que fazer um laudo é tão ou mais doloroso quanto as contrações de um parto, mas exige de nós, neuropsicólogos, horas e horas de energia para a sua confecção.
De acordo com Resolução 06/2019 do (CFP) Conselho Federal de Psicologia que nos orienta como estruturar um laudo, primeiro você faz a identificação, sua e do seu paciente, depois a descrição da demanda, segue para parte de procedimentos, aqui você deve colocar tudo, mas tudo mesmo o que você fez, entrevista de anamnese, se você fez o rapport com paciente, os testes com as referências que você utilizou e assim vai…
Então é chegado a parte mais trabalhosa de um laudo, a análise, aqui você vai colocar tudo que foi coletado, desde as informações da entrevista, dados obtidos nos testes, definição das funções avaliadas e principalmente a análise dos resultados encontrados.
Lembrando que é necessário fazer a referência dos conceitos que você colocou no laudo, seja no rodapé ou ao final dele, afinal de contas, este documento precisa ser compreensível para todos que irão ler.
Por fim, você faz a conclusão e os devidos encaminhamentos.
É ou não é trabalhoso?
E pensando que talvez essa possa ser a sua dor, segue algumas orientações para que esse parto seja menos doloroso. RS
- Se organize para ir alimentando o seu laudo. Como assim? Não deixe para colocar todos os dados da avaliação depois da última sessão.
- Terminou a entrevista, já estruture o texto no laudo.
- Aplicou algum teste, já corrige e se possível coloque no laudo, até porque dependendo dos resultados que você encontrou, eles te direcionarão para outros instrumentos.
- Crie um esqueleto de laudo para cada faixa etária dos pacientes que você tiver, assim quando você colocar os dados obtidos do seu paciente, o que é esperado para idade dele já estará no esqueleto do laudo.
Fazendo isso, você verá que ao finalizar as sessões com o seu paciente, a única coisa que precisará fazer é a correlação e análise dos dados obtidos, pois essa sim é a parte que mais deve tomar o seu tempo.
Espero que a partir dessas orientações este parto seja menos doloroso.
Um abraço!